Dor no ombro ao colocar a mão atrás das costas

Mulher de 32 anos. Queixa-se de dor no ombro ao colocar a mão atrás das costas, o braço não chega atrás das costas de todo. Sofre há 1,5-2 anos. Desenvolveu a incapacidade de forma lenta e gradual, começou a notar devido à incapacidade de apertar o soutien de forma independente, o que a incomoda mais. A dor máxima era sentida na articulação do ombro, especialmente à frente e ao longo da superfície frontal do braço até ao cotovelo.

Exame objetivo: os movimentos do ombro estão severamente restritos, especialmente a rotação interna do úmero. A mão alcança a superfície lateral da pélvis, o braço não vai para trás das costas (a manobra causa dor aguda no ombro). O movimento nas articulações clavículo-acromial e esternoclavicular é limitado. Palpação dos músculos da coifa rotadora do ombro: dor aguda dos músculos infraespinhosos (ao pressioná-los, a dor é reproduzida profundamente no ombro e na superfície frontal do braço), músculos elevadores da escápula ("como se pressionasse o nervo"), músculos redondo menor e supraespinhoso.

Diagnóstico: síndrome de dor miofascial dos músculos da coifa rotadora do ombro, bloqueios articulares funcionais das articulações da cintura escapular, teste do ombro com a mão atrás das costas claramente positivo.

Tratamento: técnica de pressão progressiva e relaxamento pós-isométrico muito suave dos músculos afetados, técnicas de energia muscular para as articulações clavículo-acromial e esternoclavicular, mobilização da articulação do ombro na direção póstero-distal com movimento, protocolo de Spencer de sete etapas.
☛  Técnica de mioterapia de Travell, Simons.

Resultados: após sete sessões, aumento do volume de movimento (a paciente consegue alcançar o meio das costas), redução da dor. Foram dadas à paciente recomendações para exercícios independentes (RPI, mobilização), organização do local de trabalho, ingestão de vitaminas e microelementos, fisioterapia.

Teste do ombro com a mão atrás das costas positivo. Conclusões.

O seguinte é um caso relativamente leve de distúrbio da articulação do ombro, quando nenhum processo inflamatório, deformante ou traumático teve tempo de se desenvolver e a principal queixa era "o meu ombro dói mas não consigo colocar o braço atrás das costas e dói ao apertar o soutien". Uma variante extrema é a síndrome do ombro congelado, quando todos os movimentos estão quase completamente restritos. Por isso, é muito importante diagnosticar e tratar o paciente enquanto há apenas patologia funcional (disfunção). Porque se deixarmos que se desenvolva mais, desencadeia toda uma série de processos sequenciais.
Por exemplo: a disfunção de um músculo aumenta a carga compensatória sobre o outro, este sobrecarrega-se e torna-se um problema, e assim sucessivamente com os outros. Isto às vezes leva à tensão e dor de todos os músculos da articulação do ombro. A tensão dos músculos da coifa rotadora do ombro faz com que puxem o úmero para dentro e para cima em direção à articulação, resultando em trauma dos tecidos ali (síndrome do impacto). A posição dos ossos na articulação, que difere da posição normal, causa maior limitação da sua função e traumatização dos tecidos, que se inflamam e deformam. Isto às vezes leva ao quadro completo de periartrose umeral, síndrome do "ombro congelado". Se esta condição durar anos e décadas, aparecem alterações irreversíveis nas articulações. Esta é apenas uma opção possível, mas é possível.

Grigori Tafi
Osteopata, médico de medicina desportiva
15 anos de experiência em osteopatia e terapia manual. Leia mais...

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